História de parto - Karina e Davi - Terceiro parto - Cesariana planeada
- skintoskinwebsite
- 23 de fev. de 2023
- 3 min de leitura
Sempre quis ter a experiência do parto, do nascimento de um novo ser e renascimento de uma mãe.
E efectivamente já fui mãe 2 vezes, do Giovanni e do Étienne. Tendo agora o Davi, tenho o número que Deus fez, 3 🥰
Os meus partos anteriores foram sempre muito em modo automático e há alguns anos que me questiono sobre essa forma de dar a luz, dar a vida. E agora, com tanta informação disponível, repetir as histórias anteriores não era opção, porque eu já sabia que independentemente da forma de parto que fosse adoptada tendo em conta o meu histórico clinico, este parto seria menos automático e mais humano, mais cuidado, mais centrado na mulher, no bebé, na família a crescer.
E assim começou a nossa caminhada com a Skin to Skin 😊
A Iris adaptou o curso de Hypnobirthing à nossa medida. Tendo em conta a nossa história e todas as especificidades da gestação e futuro parto do Davi.
Sentimo-nos não só informados mas mais do que tudo empoderados para assumir esse momento como nosso e como tal sermos os protagonistas do nosso parto.
Toda a caminhada envolveu a escolha de um médico que respeitasse as nossas escolhas e que entendesse esse momento como nosso e não apenas mais um procedimento comum.
A minha amiga Alana indicou o Dr. Diogo Bruno, que amamos! Entretanto porque preferíamos ter o bebé no privado ele próprio indicou o Dr.Hermínio Nicolau, e que achado. Houve logo entendimento, tanto eu quanto o Mauro amamos a abordagem, o cuidado, a busca e análise de motivos concretos e disponibilização de informação para que pudéssemos tomar as nossas decisões.
Tendo em conta o meu estado clinico, o ideal seria marcar a cesariana para evitar que eu entrasse em trabalho de parto activo. E assim o fizemos. Cesariana marcada para dia 20 de Setembro, uma terça-feira.
Não estava feliz mas tínhamos caminhado juntos nesse estudo e tudo que tinha a fazer era fazer as pazes com isso e mais uma vez preparar a minha mente, corpo e espírito para este modo de parto,
Entretanto a data marcada não se cumpriu porque na sexta-feira dia 16 começo então a ter contrações, uma aqui, outra acolá que foram se intensificando e ritmando ao longo do fim-de-semana. Conhecendo as motivações que nos levaram a marcar a cesariana decidimos ligar para o Dr.Hermínio no domingo de manhã para contar como estava a ser o fim-de-semana, como me sentia e saber se não seria prudente ir para o hospital, porque não tardava estaria em trabalho de parto activo.
Ele pediu que fosse para o hospital fazer o CTG e que se de facto estivessem ritmadas teríamos de antecipar a cesariana. E assim foi. Saímos de casa, fui fazer as sobrancelhas com calma para não receber o filho de qualquer forma 😂 compramos uma coluna que nos faltava e seguimos para o hospital.
As contrações estavam mesmo ritmadas e fortes, dei entrada para que se realizasse a cesariana naquele dia. Carregava comigo o meu plano de parto já adaptado a cesariana, que foi cumprido, salvo uma ou duas excepções que clinicamente não eram possíveis mas que até nos passaram despercebidas no meio de tanto cuidado e amor que nos foi transmitido.
O Mauro esteve sempre comigo. Esperamos pela hora da cesariana num quarto de partos, com luz baixa, a nossa musiquinha, oramos, dançamos, brincamos e falamos muito com o nosso bebé.
Entrei no bloco de parto pelo meu pé, fui anestesiada (raquidiana), o Mauro entrou e ficou ao pé de mim. Respirámo, sim, porque apesar de não sentir dor sente-se pressão, ouvimos a nossa música, conectamo-nos e assim que o nosso bebé estava pronto para nascer foram baixadas as cortinas para que pudéssemos vê-lo sair de dentro de mim. E foi mágico.
Ele saiu calmamente, super tranquilo, nada foi feito com pressa. Foram analisados os sinais vitais e em menos de 1 minuto ele estava no meu peito.
Enquanto se terminava a cirurgia ele mamou, ficamos juntinhos, fizemos pele a pele e tivemos os nossos primeiros momentos a 3.
Não posso deixar de referir que acabei não levando o papel para o registo da minha placenta que eu tanto queria e até isso o Dr.Hermínio e a equipa que com ele estava tornaram real. Ele foi buscar um papel e pela sua própria mão fez o registo. Que ficou lindo por sinal.
Esta experiência de parto confirmou-se que de facto se estamos informamos e deixamos claras as nossas preferências elas são tidas em conta.
E mostrou-me sem dúvida a importância de escolhermos a equipa que nos acompanha (se tivermos essa possibilidade claro) porque isso faz toda a diferença.
Estamos muito felizes por termos tido a possibilidade de participar no nascimento do nosso filho, mesmo tendo sido uma cesariana, foi centrada na família, e foi o parto perfeito para nós.
Há já uns dias em casa e a amamentar como nunca antes tinha sido possível para mim, não só sentimos que recebemos um novo membro, mas sim que todos nós renascemos com o seu nascimento.

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